sábado, 30 de janeiro de 2010

Volta às aulas




As férias escolares já estão chegando ao fim. Começa a guerra para conseguir matrícula, comprar material, preparar uniformes. Os universitários conferem
lista de disciplinas, obrigatórias e optativas, horários, professores, colegas e segue-se por aí. Ao lado dessa azáfama rotineira, buzinam em nossos ouvidos
notícias desastrosas. O terremoto do Haiti fez até muita gente esquecer a polêmica em torno do decreto dos Direitos Humanos e os vergonhosos assaltos no Distrito Federal atribuídos ao governador e a deputados
que o apoiam. Os desastres de Angra dos Reis, as enchentes em São
Paulo, o assassinato passional em Minas Gerais e os acidentes nas rodovias não nos deixam sossegados. Efeitos sobre o homem de algumas fúrias da natureza podem ser evitados? Quando deixarmos de habitar áreas de risco, o fragor dos raios, ventos e aguaceiros poderá até se transformar em belo objeto
de contemplação. Mas precisamos estudar muito ainda para dominar
alguns fenômenos desastrosos, como os terremotos e furacões. Quem
sabe está para chegar o dia em que se possa pelos menos prever o movimento
de uma placa tectônica e até agir sobre as correntes de ventos e o aquecimento dos mares? Será um grande passo. No dia 21 comemorou-se oDia Nacional do Combate à Intolerância Religiosa. Um pouco de prática da tolerância só faria bem aos escolares de todos os níveis. “Pequena virtude, mas necessária. Pequena sabedoria, mas acessível”, como lembrou o filósofo
André Comte-Sponville. Vale a pena ainda recordar o conhecido diálogo entre Sir Edmund Hillary, famoso montanhista neozelandês e primeiro alpinista
a atingir o cume do Everest, com Urkien Sherpa, publicado em seu livro Schoolhouse in the Clouds (Escola nas Nuvens): “Dizei- nos, se houvesse algo que pudéssemos fazer por vossa aldeia, o que seria?”. “Com todo respeito, Sahib, tendes pouco a nos ensinar em termos de força e resistência. Não
invejamos vossos espíritos inquietos. Talvez sejamos mais felizes do que vós. Mas gostaríamos que nossos filhos estudassem. De todas as coisas que possuís, o aprendizado é o que mais desejamos para nossos filhos.”
Aprendizado, educação, estudos nunca são demais. Para enfrentar
as tempestades de corrupção e de desastres da natureza, escola e livro são fundamentais


Luiz Viegas de Carvalho